segunda-feira, 19 de setembro de 2016

SENTA QUE LÁ VEM PEDRADA

Durante esta semana (de 11 de setembro de 2016 até hoje, 19 de setembro de 2016), tive oportunidade de encontrar vídeos, comentários e postagens diversas que variavam sobre todos os tipos de assuntos, desde o véu islâmico ao ataque às torres gêmeas em Nova York, do impeachment da presidenta à questão da fé em deus ou à falta dela, e por mais que eu tente encontrar lucidez, poucas pessoas que fazem vídeos, comentários ou postagens demonstram a lucidez que eu procuro, por isto esta postagem, hoje, para meio que desabafar o que andei sentindo nesta que posso considerar minha melhor navegação semanal.
Tudo começou antes, é claro. Eu seguia uma página no Facebook chamada Quebrando o Tabu, porque falava sobre a liberação das drogas abertamente, e eu sou totalmente a favor disso, da liberação de todas as drogas. Seguia porque me encantava com as postagens, algumas, não todas, e porque acreditava que havia boa intenção. Aí, numa das postagens (procurei a postagem para linkar aqui, mas, como deixei de seguir a página, ficou difícil de achar), fiz um comentário assim: ”Se alguém ainda não entendeu porque sou a favor da liberação, eu posso desenhar…”
Em menos de seis horas meu comentário recebeu 800 curtidas. Isso nunca tinha acontecido comigo, e foi subindo. A última vez em que eu vi, estava beirando 1300 curtidas só naquele comentário, naquele dia.
Como quem me conhece e acompanha minhas postagens aqui, ou no Facebook, não sou uma menina ingênua e logo detectei que a grande curtição daqueles comentários provinha de pessoas que acharam legal porque curtem fumar um e sonham com um país como o do Mujica, onde tá liberado, e não queriam fazer uma reflexão séria sobre o problema das drogas em si mesmas. Foi aí que eu resolvi discutir o assuntos, lendo as respostas ao meu comentário, um por um, e fui respondendo, e a questão foi crescendo a proporções assustadoras. Mas, quando navego, eu abro o YouTube, eu espio alguma coisa no Google, vou, rápida e ativamente, procurando o que me interessa, não me mantendo restrita a um só tópico, já que muitos me interessam. No meio daquela discussão, muitos seguidores radicais de extremistas da direita se infiltrando e inclusive me ofendendo. Lá no YouTube, eu procurava vídeos sobre o ateísmo e num comentário meu feito a outra pessoa, um desses infiltrados me interpelou (no comentário que eu tinha feito à outra pessoa) e começou a tentar me enrolar falando sobre amor cristão e outras baboseiras, e quando percebeu que não conseguiria fazer isso, passou a tentar me seduzir e me fazer passar para seu lado, na maior cara dura. Tentou fazer uma questão de princípios morais (porque o ateísmo é somente isto) virar uma questão política, me chamando de prefeita (isto mesmo) e sugerindo uma carreira pública, que eu não tenho e não tenciono ter!
Entre essas e outras, deixei de seguir algumas páginas porque naqueles dias eu tinha deixado de ser a favor do PT somente porque eu queria que o grito nas ruas fosse Volta Querida, e o PT só falava sai Temer. Agora, eu voltei, mas não seguirei mais as páginas. Mais que nunca preciso ser petista. Deixei de seguir a página Quebrando o Tabu (porque descobri que Luciano Huck está por trás dela), e no meu entender, ele tem uma postura extremamente machista e tendenciosa, então não faz sentido que eu, uma feminista extrema, siga uma página que dá muito pouca visibilidade a esta questão, mesmo que não seja a linha de pensamento da mesma.
Há o canal do Pirula, no YouTube, que eu deixei de seguir por causa de um vídeo em que ele trata a questão do véu islâmico de maneira machista e muito incoerente.
Perdi amigos e deletei alguns, porque cansei de ver hipocrisia e mentiras. Ao mesmo tempo, ganhei muitos seguidores, muitos amigos, e isto me faz feliz, mas ainda estou muito assustada. Adoro a internet, lamento que não tenha existido quando eu tinha vinte anos e muito mais garra que tenho agora. Há dois ou três anos eu era bem mais confiante e tinha muita certeza de que esse pessoal mais novo era muito engajado e inteligente e que ajudaria a mudar o mundo com suas visões lúcidas e sensatas. Mas, ou as crianças cresceram muito rápido, ou a mídia encampou e eles venderam seus ideais, como a maioria sempre fez, ou estavam apenas se enganando e, consequentemente, nos enganando.
Um exemplo desses, mas de uma pessoa que não é tão jovem, é um canal de um professor (não sei se ele leciona história ou português) que se diz ateu e envereda por política, também. Esta semana, há uns dois ou três dias, ele fez um vídeo onde explica por que o STF não sofre influência e pressão do Senado ou do Presidente para julgar. Sim, nesta semana, quando todo o país já sabe que o STF é pau mandado dos políticos. Ao questioná-lo, como eu sempre farei, ele desconversou, enrolou os outros seguidores colocando a culpa em mim, como se eu fosse a ignorante e não entendesse a lei. Claro que entendo a lei. Sei como foi e por que foi escrita, mas entendo muito, muito mais de pessoas e suas intenções. São tantas as mentiras que vejo espalhadas pela internet, que não me espanto que as pessoas, que não tem o tempo que eu estou tendo neste ano (porque, quando eu estou empregada, dificilmente posso passar horas navegando) se deixem enganar com facilidade.
Sim, o STF é tão vendido quanto todos os outros órgãos, infelizmente. Sim, a questão do véu islâmico é bem mais embaixo, não há como questionar isso, nem se uma página que se diz feminista posta uma matéria inteira sobre uma professora de inglês, refugiada da Síria e atuando no nosso país se diz “feliz com seu véu”, e não, a liberação das drogas não tem nada a ver com poder fumar seu baseado em paz e ficar viajando alheio à brutalidade e escravidão que a maldade e o egoísmo daqueles que possuem o poder da retórica não querem nos revelar. 

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